sexta-feira, 1 de março de 2019

Meu (sexagésimo primeiro) cordel, editado em 2019. (061)


ONDE TEM CALDO DE CANA E PASTEL
      (só se fala em mandarim)

Quem brinca com a verdade
Merece sempre perdão
O título deste cordel
Veio da minha intuição
Sendo até de brincadeira
É coisa bem verdadeira
Basta haver reflexão

Passeando na cidade
Com meu amigo Bugarim
Fomos tomar caldo de cana
Lá num sujo botequim
Descobrimos sem querer
Que quem foi nos atender
Só falava em mandarim

Foi fácil logo entender
Que algo não era normal
Todos ali eram chineses
De pouca conversa afinal
Nada ninguém entendia
Mas caldo de cana vendia
Naquele calor infernal


(02)


Caldo de cana e pastel
Foi coisa de português
De tão gostoso que é
Virou comércio chinês
Onde tem caldo de cana
Tem pé rapado e bacana
Mas nunca falta freguês

Esse gostoso produto
Quando não é de chinês
Está sempre vazio
Cheio de moscas sem freguês
Ninguém passa nem por perto
O povo ficou mais esperto
Já tem muita sensatez

E o Mandarim, vejam bem:
É a língua universal
Mais falada em todo mundo
Cada vez mais atual
A sua origem chinesa
Inda provoca estranheza
Mas é muito cultural


(03)

Então resolvi fazer
Pra ser fonte de leitura
Este singelo cordel
Com certa desenvoltura
Sobre o tal do Mandarim
Essa linguagem pra mim
É algo que tem cultura

Mas pra fazer bom cordel
Perdi tempo a pesquisar
Pesquisei até Confúcio
Pra melhor me situar
Descobri mais do que quis
Fiquei de fato feliz
Ao começar versejar

Essa gente oriental
De cultura milenar
Se espalha por todo mundo
Só pensando em trabalhar
Com seu estilo de vida
Muita gente até duvida
Do seu jeito singular



(04)

A coragem dessa gente
É algo sem explicação
Quem parar pra reparar
Há de sentir compaixão
Além de ser corajosa
Essa gente é tão teimosa
Que nem ligam pra emoção

Não bastando tudo isso
Todos são bem parecidos
Não gostam de brincadeira
E são bem destemidos
Não têm tempo pra brincar
Ficam até sem se falar
Mas são bastante unidos

O mundo todo admira
A tão grandeza econômica
E cultural dos chineses
Cada vez mais astronômica
Seu complexo industrial
Tão moderno e atual
Já faz até Bomba atômica



(05)

A China é um país
De fama tão cultural
Tudo inventado por lá
Sempre é bem atual
Ela continua a inventar
Bem mais longe irá chegar
No cenário mundial

Antes do Império Romano
Em toda humanidade
A China já tinha fama
De grande seriedade
Sua tão grande cultura
De tamanha envergadura
Sempre valeu de verdade

                   Em todo nosso planeta
Ninguém pode duvidar
Toda cultura chinesa
Que foi sempre singular
No oriente e no ocidente
É essa a voz corrente
Que nos faz lhe respeitar



(06)

Há mais de quatro milênios
A China já existia
Bem antes da era cristã
Com sua grande dinastia
Sua sabedoria e sua arte
É seu grande baluarte
Que todo mundo aprecia

A China é tão antiga
Tem tão grande trajetória
Que todo mundo se curva
Diante da sua história
E tudo que tem na China
Que se mantêm na rotina
É sua cultura e sua glória

Foi com muito saber
Que a China se consolidou
No campo comercial
E o mundo inteiro aprovou
Hoje o produto chinês
Agrada qualquer freguês
E mais vendável ficou



(07)

Onde tem qualquer comércio
É sinal que tem chinês
Vendendo ou comprando tudo
E ninguém não perde a vez
Qualquer um compra o que quer
Na linguajem que quiser
Até sendo em japonês

Na famosa Nova York
Já se ver tanto chinês
Que o americano duvida
Da sua dita timidez
Lá em qualquer esquina
Tem tudo que vem da China
E nunca falta freguês

Quem conhece o Chinatown
Daquela mega cidade
Não consegue avaliar
Toda sua diversidade
Tem muita gente bacana
Tem até caldo de cana
Tudo lá é novidade



(08)

Quero crer sinceramente
Que jamais imaginei
Saber tanta novidade
De tudo que versejei
E ganhar tanta esperteza
Acredito com certeza
Que mais sabido fiquei

Para então finalizar
Só me resta então dizer
Ao fazer este cordel
Adorei tudo aprender
Desse bom povo chinês
Falando meu português
Foi pra mim grande prazer

Sendo rápido e rasteiro
Finalizo este cordel
Bastante gratificado
Mesmo gastando papel
E pra economizar
Pretendo mais degustar
CALDO DE CANA E PASTEL.

FIM/fev/Rio de Janeiro/2019





quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Meu (sexagésimo quarto) cordel, editado em 2019. (064)



Este conto de cordel
Feito com certa invenção
E bastante bom humor
Há de ser boa diversão
Essa encrenca tão antiga
Que provoca até intriga
Sempre foi só gozação

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Meu (sexagésimo oitavo) cordel, editado em 2019. (068)



EM VEZ DE CACHAÇA PREFIRO TIQUIRA

A Cachaça e a Tiquira
Pra quem gosta de beber
Tem um quê controvertido
Mas bem fácil de entender
Tiquira é brasileira
Cachaça não fede nem cheira
Mas nisso não vou me meter

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O AMOR EM MARTELO AGALOPADO, (passatempo cultural).


UM MARTELO AGALOPADO (com pitadas de amor)

A vida é um baú de segredo,
o mal e o bem ela sempre contém
e tem lá os seus mistérios também.
Mas não adianta ninguém ter medo
esse baú pode ser de brinquedo
mas seus segredos sempre têm valor-
pra se saber nem basta ser doutor.
Pelo dito popular corriqueiro:
Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor

A nossa vida é mesmo engraçada,
onde tem amor tem felicidade
tem a beleza da cumplicidade,
de toda criatura bem amada
que não gosta de viver de fachada.
Pois tudo na vida tem seu valor
isso é de tão tamanho esplendor
e raro dever do bom companheiro.
Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor.

                           Do Cicero do Maranhão


































segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Meu (sexagésimo) cordel, editado em 2018 (060)


  TUDO TEM SEU TEMPO CERTO! (l)

Este meu cordelizar
Sem nenhuma hipocrisia
Tão singelo passatempo
Só contém sabedoria
Saudação pra Presidente
É mais um ingrediente
Vindo da DEMOCRACIA

O BRASIL QUE O POVO QUIS
Já começa acontecer
O povo não é de ferro
Nem suporta mais sofrer
Tendo novo Presidente
Que há de ser diferente
Todo bem vai florescer

Nessa Eleição tão atípica
Algo foi bem surreal
Vimos mais DEMOCRACIA
E o povo caiu na real
Sensatez aconteceu
A razão prevaleceu
Me pareceu bem legal



            (02)

Esse Maluco Beleza
Que já será empossado
Como novo Presidente
Já deve está relaxado
Sua doideira já passou
Sua ferida já sarou
Mas não perdeu o rebolado

A Presidência para ele
Não pareceu novidade
O seu tempo na política
Inda está na validade
Apesar de tanto tempo
Se não houver contratempo
Ganhará celebridade

Esse caro Presidente
Para o povo brasileiro
Há de ser empreendedor
E bastante verdadeiro
O povo vive cansado
E por demais estressado
Vendo tanto aventureiro



                          (03)

Quem criticou sua vitória
Nunca entendeu de Eleição
Só sabe falar besteira
Como boçal sabichão
Não adianta pagar mico
Nem querer fazer fuxico
Gozação não vale não

Presidentes do Brasil
Já teve de todo jeito
Mas que nem esse - garanto
O povo não viu defeito
Mesmo sendo maluquete
Não deve comer gilete
Tem pinta de bom sujeito

O eleitor dessa vez
Cansado de aventurar
E por faltar opção
Nesse maluco quis confiar
Pra ser nosso Presidente
Sendo ou não bem convincente
Vamos vê que bicho dar



             (04)

Pode não ser o melhor
Mas foi ele que o povo quis
Em disputa democrática
O povo é o juiz
Não adianta espernear
Nem querer infernizar
Pode até haver um bis

Quem não gostou - PACIÊNCIA!
Não dar mais pra virar mesa
O danado Capitão
Foi valente com certeza
Mesmo levando facada
Teve uma garra danada
Com toda sua maluqueza

Nosso Brasil minha gente
Não pode ficar ao léu
Seu povo deve saber
Que ele nunca foi um CÉU
Mas há de ter honradez
Pra esse MALUCO da vez
Resolvi tirar o chapéu.

VIVA O NOVO PRESIDENTE!
                                FIM/OUT./2018
















sábado, 11 de agosto de 2018

Meu (quinquagésimo oitavo) cordel, editado em 2018. (058)


       NHÁ CHICA
(a beata milagrosa)

Mistérios do ser humano
São coisas de admirar
A história de Nhá Chica
De certo irá agradar
Seu passado abençoado
Bastante santificado
Achei por bem versejar

sábado, 9 de junho de 2018

Cordel extra, sem edição, feito em 2018.



Por esse Brasil afora
É comum a gente ver
Até padre rezar missa
Com cordel pra nos benzer
Quero crer sinceramente
Fazer cordel minha gente
Não é tão fácil fazer

O fazedor de cordel
É um ser predestinado
Um amante da cultura
De saber iluminado
Tudo que vê quer rimar
Pra poder versificar
Não sabe viver calado

Esse tipo de pessoa
Também é especial
Porque tem inspiração
E tem cultura geral
Faz cordel de qualidade
Com total seriedade
Seu cordel não tem igual
(02)
Fazedor de cordel de
Cordelista é chamado
Não carece ser poeta
Basta ser compenetrado
Aprender a motejar
Metrificar e rimar
Pra nunca ser criticado

O cordel não tem beleza
Ele só tem é cultura
E um bocado de saber
Pra quem gosta de leitura
O fazedor de cordel
É um doutor bacharel
De toda literatura

Na cultura do cordel
Tem cordel de todo jeito
Pouco importa seu modelo
Se for malfeito ou bem feito
Esse ofício milenar
De rimar e de versar
Merece todo respeito      

(03)
Quem vai numa CORDELTECA
Coisa já bem popular
Vê cordel pra todo gosto
Nesse atrativo lugar
Tem que saber escolher
Encontrar seu bem querer
E tudo poder comprar

Tem cordel de molecagem
Tem cordel de cantador
Tem cordel para criança
Tem cordel só de pavor
Tem cordel de nascimento
Tem cordel de casamento
Tem cordel cheio de amor

O cordel é bom demais
Tô cansado de dizer
Ele é bem resumido
Mas é gostoso de ler
Tudo que nele contém
Com certeza lhes faz bem
É uma fonte de prazer

(04)
Se cada um que faz cordel
Não fosse tão apressado
O cordel era melhor
E bem mais apreciado
Todo cordel deve ser
Antes de ler e vender
Cada vez mais revisado

Cordelista que se presa
Não pode ser relaxado
Sua missão é relevante
Seu trabalho é visado
O valor do cordelista
Como todo ser artista
Deve ser bem respeitado

O cordel de cada um...
É também de todos nós
Seja de qualquer jeito
Não devemos ser feroz
O fazedor de cordel
Mesmo sem ser MENESTREL
É o nosso porta-voz.
         FIM/jun/2018






















sábado, 26 de maio de 2018

Meu (quinquagésimo sétimo) cordel, editado em 2018. (019)


  CORDEL
(já é coisa de granfino)

Há quem diga que cordel
Foi coisa lá do sertão
E que só tem serventia
Pra gente sem instrução
Coitado de quem mentiu...
O cordel sempre serviu
PRA AJUDAR NA EDUCAÇÃO

Antes de o Brasil existir
O cordel já existia
Ele veio lá bem de longe
Trazendo sabedoria
Ficou famoso no mundo
É cada vez mais fecundo
Cordel tem SOCIOLOGIA

Com versos camonianos
O cordel só progrediu
Andou léguas e mais léguas
E no Brasil eclodiu
Mas no mundo digital
Seu sucesso foi geral
Muito mais EVOLUIU

02

Bons poetas de cordel
Versando literatura
No Brasil já tem demais
E cordel tem com fartura
Tem até Academia
A CASA DA POESIA
Preservando essa CULTURA

Mesmo tão evoluído
O cordel tradicional
Não mudou nem sua cara
Nem seu jeito original
Inda é muito barato
Pode ter pouco relato
Mas permanece ATUAL

E por ser sempre atual
Nunca mudou seu destino
Mesmo estando evoluído
Tem um quê bem nordestino
Com total brasilidade
Sem virar banalidade
JÁ É COISA DE GRANFINO


03

Encontrei dificuldade
Pra versar essa questão
Granfinagem em cordel
Já tem dado confusão
Granfino é gente chata
Adora fazer bravata
De tudo faz MANGAÇÃO

Nosso cordel brasileiro
Nascido na oralidade
Teve uma estrada bem longa
Do sertão até a cidade
Teve que ter paciência
Mas mesmo tendo sofrência
Virou CORDEL DE VERDADE

Contam que nosso cordel
Animava cantoria
Era cantado nas feiras
Para fazer alegria
O cantador de cordel
Nem precisava papel
Cantava com EUFORIA


04

Pelo sertão nordestino
O cordel versou São João
Atravessou a caatinga
Para versar Lampião
Versou também Padim Ciço
E pra mostrar mais serviço
Fez versos pro GONZAGÃO

Com seu passado tão nobre
De tanta verserjação
O cordel ficou famoso
Na cidade e no sertão
Mas foi no sul e sudeste
Com seu valor inconteste
Que ganhou mais PROJEÇÃO

Depois do sul e sudeste
O cordel não parou mais
Ganhou manchete de capas
Em revistas e jornais
Onde tem cordel pra ler
O leitor corre pra ver
SEU SUCESSO É DEMAIS


05

Cordelistas atuantes
Tem muitos pelo Brasil
Poetas e poetisas
Já tem muito mais de mil
Cordeltecas tem demais
E todas bem atuais
Cordel não carece REFIL

A leitura de cordel
Ficou tão sofisticada
Que até lá em IPANEMA
Já tem cordel na balada
O cordel já virou moda
Em brincadeiras de roda
Tem cordel pra CRIANÇADA

Todo mundo sabe bem
Que cordel é genuíno
Ninguém pode plagiá-lo
Porque ele não é surdino
Já está bem democrático
Tá ficando aristocrático
E cada vez mais GRÃ-FINO


06

Quero crer que isso é bom  
Granfinagem mesmo chata
Enquanto está lendo cordel
Não tem tempo pra bravata
Nem pra fazer mangação
O tal cordel do sertão...
Nunca solta nem DESATA

Tem casal que vai pra praia
Levando cordel na sacola
E diz (I Love cordel)
Se mostrando bem gabola
Debaixo do guarda-sol
Ler cordel em portunhol
E pra ninguém nem dar BOLA

A madame e o bonitão
Só tomando coca-cola
Nem querem saber de banho
Ficam olhando a marola
Quando tem um arrastão
Os dois se jogam no chão
Mas do cordel não DESCOLA


07

No Apê desse casal
Tem cordel pra todo lado
Na sala, quarto e cozinha
Tem cordel dependurado
Até lá na discoteca
Imitando cordelteca
Tem cordel DESENHADO

Até o porteiro do prédio
Um nordestino danado
Também gosta de cordel
Mas só quer ler emprestado
Se a madame não empresta
Ele nem lhe faz mais festa
Fica no canto AMUADO

Essa MODA está demais
Se assim continuar
Tem que ter muito cordel
Para o leitor sossegar
Essa leitura gostosa
De fato misteriosa
O leitor quer ler devagar


08

Finalmente minha gente
Sem ter mais o que versar
Vou ficando por aqui
Pra poder comemorar
Quem achar que é granfino
Aceite meu desatino
Vamos com TIQUIRA brindar.

PARABÉNS PARA O CORDEL ESSA COISA TÃO GRÃ-FINA!

Fim/ Rio de Janeiro/2018