domingo, 21 de junho de 2020

Meu (primeiro cordel), em parceria com o poeta João Batista Melo, editado em 2011. (001)


Meu cordel em parceria com o poeta Joabnascimento, editado em 2020. (039)



NÃO VIVEMOS SEM AMOR

Meu amigo me propôs um desafio
Respeitável poeta cordelista
Sonhador da cultura idealista
Tem chama na sua verve e no pavio
Desajeitados pobres versos crio
Na escritura sou um poeta sonhador
Sem ter nome afamado e sem valor
No meu verso acanhado sou matreiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

              Joabnascimento
                         
A vida é um baú de segredo
O mal e o bem ela sempre contém
E tem lá os seus mistérios também
Mas não adianta ninguém ter medo
Esse baú pode ser de brinquedo
Mas seus segredos sempre têm valor
Pra se saber nem basta ser doutor
Polo dito popular corriqueiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

          Cicero do Maranhão
                         

(02)

Segredos que a vida tem a escolher
Só o tempo que poderá mostrar
E o mistério de tudo desvendar
Dando a todos o direito de saber
Conseguir de alguma forma o poder
Espalhar para o mundo desamor
Tempestade tristeza e muita dor
Difundir a discórdia ao mundo inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos ver sem amor”

          Joabnascimento
                      
Dinheiro é quase tudo na vida
Mas o amor é sempre mais importante
E certamente mais relevante
Mas tem muita gente que até duvida
Que toda vida deve ser vivida
Mesmo contento sacrifício e dor
E com certas pitadas de bom humor
Mesmo sendo até mesmo passageiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

            Cicero do Maranhão
       

(03)

O saber bem viver é um dom divino
Ter a paz dominando a consciência
Tranquilidade em toda sua vivência
Alicerçado desde o tempo de menino
Se desfazendo do seu lado ferino
A boa base sustenta seja o que for
Livra da intempérie tristeza e dor
Te deixando alegre feliz e faceiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

               Joanascimento
                           
Aprendi ainda moleque pequenino
Que precisamos muito nos cuidar
Para amanhã podermos caminhar
No rumo certo do nosso destino
Levando nosso amor sem desatino
Só assim podemos viver melhor
Curtindo o amor, até mesmo de cor
Pois esse costume é corriqueiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                  Cicero do Maranhão
                          
(04)

O homem é o Ser único da terra
Que consegue ligeira adaptação
Se adapta a qualquer situação
Vivendo na paz ou até na guerra
No litoral, no sertão ou pé de serra
Não importa o lugar onde ele for
Na cidade, capital ou interior
Ele convive com tudo bem ligeiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                 Joabnascimento
                             
Todo Ser humano já sabe bem
Que sua vida carece de alegria
E de amor, mesmo sendo fantasia
A fantasia sempre ajuda também
Porque certa magia também contem
Falta de amor faz o Ser sofredor
E todo mundo sabe sim senhor
Mas carece ser sempre passageiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                Cicero do Maranhão
(05)

O homem vive sem ter um alguém
Isolado de tudo feito ermitão
Se adapta a qualquer situação
Sem ter a companhia de ninguém
O homem deseja ter perto um harém
Pra saciar sua vontade com fervor
Seus desejos sem regras nem pudor
Ser profano como amante companheiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                    Joabnascimento
                                
O amor não carece definição
Porque ele é sublime e surreal
E contempla qualquer pessoa normal
Pela beleza do seu coração
E pela sutileza da emoção
Esse mistério de tão esplendor
Pra qualquer Ser humano tem valor
E será sempre bem alvissareiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                 Cicero do Maranhão

(06)

Competindo eu uma grande vaquejada
O vaqueiro vai jogando o boi ao chão
No rodeio compete como peão
Na caatinga corre atrás duma boiada
O sertanejo trabalha na invernada
A plantação vai colher onde for
Feijão verde mata fome sacia a dor
Mantimento pra mantê-lo o ano inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                 Joabnascimento

O que eu já disse tornarei a dizer
O amor é sublime e racional
Mas pode ser às vezes irreal
E deixará qualquer um sem saber
O que pode fazer pra não sofrer
Decerto ninguém quer ser sofredor
E nem tampouco quer ser sofredor
Pensando em ter amor o tempo inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas podemos viver sem amor”

                 Cicero do Maranhão

(07)

Revoar parecendo passarinho
Enfeitando a abóboda sideral
Enviando todo amor celestial
Retornando contente pro seu ninho
Sem esquecer no retorno o caminho
Levando pra casa cheiro de flor
Tempestades, teve até que transpor
Assim vive o bom homem altaneiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                Joabnascimento

O amor é uma dádiva da vida
Que nos ajuda bem melhor viver
E decerto também nos dar prazer
Nos belos momentos da nossa lida
Sem carecer qualquer escapulida
E nem tampouco haver desamor
Nem maldade nem falta de pudor
Para nunca se tornar corriqueiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

              Cicero do Maranhão

(08)

E neste instante pra finalizar
Para mim foi enorme satisfação
Foi um prazer carregado de emoção
De com esse vate compartilhar
Com a chance de o amigo versejar
Desculpe os erros que lhe causei clamor
Sou um aprendiz e o amigo é doutor
Respeitado em todo Brasil inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                Joabnascimento

Depois desta tão rara parceria
Feita entre dois poetas nordestinos
Que vivem só fazendo desatinos
Sobre dinheiro, amor e fantasia
Somente para curtir alegria
Encerrarei deixando meu louvor
Apesar de não ser bom glosador
Agradeço meu caro companheiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”.

             Cicero do Maranhão – (FIM)

Mote: de Cicero do Maranhão
Glosa: Cicero do Maranhão e Joabnascimento
Camocim-CE – Rio de Janeiro, jun. 2020

sábado, 20 de junho de 2020

Meu (septuagésimo quinto) cordel, editado em 2020. (075)


                   ARTISTAS DE RUA
(os eternos saltimbancos)

Este modesto cordel
De tão tamanha valia
Que mistura texto e imagens
E doses de fantasia
Além de ser diferente
É bastante convincente
Pois só contém alegria
                  *
Toda Arte feita na rua
Tem um quê especial
Além de ser popular
Ela está sempre atual
É uma Arte abençoada
Cada vez mais coroada
Nada existe tão igual
               *
Seja lá onde aconteça
Duvido alguém não gostar
Até mesmo sem ter graça
Tem alguém pra admirar
E fica tão excitado
Olhando pra todo lado
Querendo até imitar
                   
                    (02)

Esses famosos artistas
De cultura milenar
Pois além de admirá-los
Gosto de arte popular
Sem gastar tanto papel
Através deste cordel
Pretendo lhes exaltar
              *
Qualquer artista de rua
É artesão um de alegria
Vive pelo mundo todo
Mostrando sua maestria
Cada qual mais diferente
Consegue ser convincente
Até sem ter fantasia
                  *
Sua fantasia é sua imagem
Cada vez mais exclusiva
Seu palco é solidário
Sua mente é criativa
Sua cultura tem valor
Sua mensagem tem amor
E sua magia nos cativa
              

                                    (03)

E para então recordá-los
Aqueles mais engraçados
Coloquei (sete figuras)  
                   De alguns dos mais afamados
Hoje já tem muito mais
E cada qual mais capaz
Mas todos são laureados
                    *
         - O PALHAÇO -


O tão querido Palhaço
É o que chega na frente
Anima logo o espetáculo
E é o mais diferente
Já chega com simpatia
Trazendo muita alegria
De maneira inteligente

                 (04)

                        - O COMEDOR DE FOGO -

O tal Comedor de fogo
É sempre o mais corajoso
Bota fogo pela boca
De um jeito bem curioso
Sem ninguém entender nada
Deixa plateia assustada
Seu show é astucioso
                   *
        - O MONOCICLISTA -


                  (05)

Esse tal Monociclista
Que também é corajoso
Fica pra lá e pra cá
Sabe ser habilidoso
Mas não pode descuidar
Nem tampouco escorregar
E tem que ser bem tinhoso
                       *
          - O EQUILIBRISTA -   
O famoso Equilibrista
Parece o mais controlado
Quando faz suas piruetas
Fica sempre concentrado
A plateia fica vibrando
Mas fica até duvidando
Se está ou não preparado

                   (06)

     - A ESTÁTUA VIVA -
Essa tal Estátua viva
Sabe ficar bem parada
Num lugar de movimento
Sem precisar fazer nada
Além de ser resistente
Se faz até de demente
Mas também é engraçada
                                         *
                           - O PERNA DE PAU -

                 (07)

Esse tal Perna de pau
Que é também corajoso
Fica andando nas alturas
Pra se mostrar poderoso
Mas não pode descuidar
Nem tampouco vacilar
                   Pode quebrar o pescoço
                                      *
                         - OS SOMBRAS -

O Sombra não sai de moda
É o tal do imitador
Que até assusta as pessoas
Mas não provoca temor
Vendo aquela palhaçada
A pessoa fica assustada
Mas fica de bom humor
                

                   (08)

Como disse muito bem
Todo artesão de alegria
Que faz a sua arte na rua
Faz com muita maestria
Por que gosta do que faz
E sempre se acha capaz
Por que tem sabedoria
                   *
Seja ele importante ou não
Merece ser respeitado
A arte é universal
É um dom abençoado
E tudo que o artista faz
Ele faz por ser capaz
É um ser superdotado
                   *
Pros eternos saltimbancos
Lhes deixo esta homenagem
Com respeito e muito apreço
E muita camaradagem
Tenham sempre bom humor
Façam tudo com amor
E valorizem sua imagem.

               (AMÉM)!                RJ/JUN./2020.