domingo, 21 de junho de 2020

Meu cordel em parceria com o poeta Joabnascimento, editado em 2020. (039)



NÃO VIVEMOS SEM AMOR

Meu amigo me propôs um desafio
Respeitável poeta cordelista
Sonhador da cultura idealista
Tem chama na sua verve e no pavio
Desajeitados pobres versos crio
Na escritura sou um poeta sonhador
Sem ter nome afamado e sem valor
No meu verso acanhado sou matreiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

              Joabnascimento
                         
A vida é um baú de segredo
O mal e o bem ela sempre contém
E tem lá os seus mistérios também
Mas não adianta ninguém ter medo
Esse baú pode ser de brinquedo
Mas seus segredos sempre têm valor
Pra se saber nem basta ser doutor
Polo dito popular corriqueiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

          Cicero do Maranhão
                         

(02)

Segredos que a vida tem a escolher
Só o tempo que poderá mostrar
E o mistério de tudo desvendar
Dando a todos o direito de saber
Conseguir de alguma forma o poder
Espalhar para o mundo desamor
Tempestade tristeza e muita dor
Difundir a discórdia ao mundo inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos ver sem amor”

          Joabnascimento
                      
Dinheiro é quase tudo na vida
Mas o amor é sempre mais importante
E certamente mais relevante
Mas tem muita gente que até duvida
Que toda vida deve ser vivida
Mesmo contento sacrifício e dor
E com certas pitadas de bom humor
Mesmo sendo até mesmo passageiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

            Cicero do Maranhão
       

(03)

O saber bem viver é um dom divino
Ter a paz dominando a consciência
Tranquilidade em toda sua vivência
Alicerçado desde o tempo de menino
Se desfazendo do seu lado ferino
A boa base sustenta seja o que for
Livra da intempérie tristeza e dor
Te deixando alegre feliz e faceiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

               Joanascimento
                           
Aprendi ainda moleque pequenino
Que precisamos muito nos cuidar
Para amanhã podermos caminhar
No rumo certo do nosso destino
Levando nosso amor sem desatino
Só assim podemos viver melhor
Curtindo o amor, até mesmo de cor
Pois esse costume é corriqueiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                  Cicero do Maranhão
                          
(04)

O homem é o Ser único da terra
Que consegue ligeira adaptação
Se adapta a qualquer situação
Vivendo na paz ou até na guerra
No litoral, no sertão ou pé de serra
Não importa o lugar onde ele for
Na cidade, capital ou interior
Ele convive com tudo bem ligeiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                 Joabnascimento
                             
Todo Ser humano já sabe bem
Que sua vida carece de alegria
E de amor, mesmo sendo fantasia
A fantasia sempre ajuda também
Porque certa magia também contem
Falta de amor faz o Ser sofredor
E todo mundo sabe sim senhor
Mas carece ser sempre passageiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                Cicero do Maranhão
(05)

O homem vive sem ter um alguém
Isolado de tudo feito ermitão
Se adapta a qualquer situação
Sem ter a companhia de ninguém
O homem deseja ter perto um harém
Pra saciar sua vontade com fervor
Seus desejos sem regras nem pudor
Ser profano como amante companheiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                    Joabnascimento
                                
O amor não carece definição
Porque ele é sublime e surreal
E contempla qualquer pessoa normal
Pela beleza do seu coração
E pela sutileza da emoção
Esse mistério de tão esplendor
Pra qualquer Ser humano tem valor
E será sempre bem alvissareiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                 Cicero do Maranhão

(06)

Competindo eu uma grande vaquejada
O vaqueiro vai jogando o boi ao chão
No rodeio compete como peão
Na caatinga corre atrás duma boiada
O sertanejo trabalha na invernada
A plantação vai colher onde for
Feijão verde mata fome sacia a dor
Mantimento pra mantê-lo o ano inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                 Joabnascimento

O que eu já disse tornarei a dizer
O amor é sublime e racional
Mas pode ser às vezes irreal
E deixará qualquer um sem saber
O que pode fazer pra não sofrer
Decerto ninguém quer ser sofredor
E nem tampouco quer ser sofredor
Pensando em ter amor o tempo inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas podemos viver sem amor”

                 Cicero do Maranhão

(07)

Revoar parecendo passarinho
Enfeitando a abóboda sideral
Enviando todo amor celestial
Retornando contente pro seu ninho
Sem esquecer no retorno o caminho
Levando pra casa cheiro de flor
Tempestades, teve até que transpor
Assim vive o bom homem altaneiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                Joabnascimento

O amor é uma dádiva da vida
Que nos ajuda bem melhor viver
E decerto também nos dar prazer
Nos belos momentos da nossa lida
Sem carecer qualquer escapulida
E nem tampouco haver desamor
Nem maldade nem falta de pudor
Para nunca se tornar corriqueiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

              Cicero do Maranhão

(08)

E neste instante pra finalizar
Para mim foi enorme satisfação
Foi um prazer carregado de emoção
De com esse vate compartilhar
Com a chance de o amigo versejar
Desculpe os erros que lhe causei clamor
Sou um aprendiz e o amigo é doutor
Respeitado em todo Brasil inteiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”

                Joabnascimento

Depois desta tão rara parceria
Feita entre dois poetas nordestinos
Que vivem só fazendo desatinos
Sobre dinheiro, amor e fantasia
Somente para curtir alegria
Encerrarei deixando meu louvor
Apesar de não ser bom glosador
Agradeço meu caro companheiro
“Podemos viver até sem dinheiro
Mas não podemos viver sem amor”.

             Cicero do Maranhão – (FIM)

Mote: de Cicero do Maranhão
Glosa: Cicero do Maranhão e Joabnascimento
Camocim-CE – Rio de Janeiro, jun. 2020

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