terça-feira, 21 de abril de 2020

Cordel extra, (sem edição), feito em 2020.



                   A TAL “FOFOCAMANIA”
      (em versos de cordel)
                    
            
Este modesto cordel
Que resolvi versejar
Nada tem de “fofoquice”
Nem ensina a fofocar
Essa coisa corriqueira
Que parece brincadeira
Não vale a pena ensinar


Como estou em “quarentena”
Sem saber o que fazer
E nem sei fazer fofoca
Pra tentar espairecer
Precisei me controlar
Até tentei fofocar
Pra melhor sobreviver

Mas “fofoca” para mim
É coisa tão engraçada
Que dizem servir pra tudo
Ou nunca servir pra nada
E pouco importa quem faz
Sempre vira um “leva e traz”
Por causa de ciumada

              (02)


Coisa também engraçada
É que essa “louca mania”
Parece até tentação
De tão tamanha magia
Que todo homem já faz
Cada vez quer fazer mais
Feito criança vadia

Ouço dizer que fofoca
Basta querer começar
É que nem uma “coceira”
Que não para de coçar
Quanto mais você fofoca
Pouco importa no que foca
Mais você quer fofocar

Não tem fofoqueiro bom
Nem fofoqueiro tão mal
Mas uma coisa é certa
Fofoqueiro é igual
Seja homem ou mulher
Só se mete quem quiser
É o que basta afinal



                  (03)

Mas o pior fofoqueiro
É aquele do seu lado
Que nem parece que é
Mas nunca fica calado
E mesmo pagando mico
Ele quer fazer fuxico
E sabe ser disfarçado

Fofocar é uma coisa
Por demais tão diferente
Que nem precisa esperteza
Mas envolve muita gente
Tem algo bem democrático
Não carece ser tão prático
E nunca tem concorrente

E quem gosta de fofoca
Não tem hora nem lugar
Onde menos se imagina
Tem gente pra fofocar
Seja homem ou mulher
Fofoca como quiser
Mas sabe quando parar



               (04)

Fofocar é mais comum
No ambiente social
Onde tem muita mulher
Em pagode de quintal
Em passarela de moda
Em brincadeira de roda
Mas tudo fica legal

Sabedor dessa verdade
Finalizo meu cordel
Sem carecer fofocar
Nem querer “Prémio Nobel”
Nessa triste “pandemia”
Controlei minha agonia
Pra cumpri bem meu papel

Vou rezar pro “Padim Ciço”
Com meu jeito carioca
Mas não quero confusão
Nem quero fazer fofoca
Mesmo estando jururu
Vou dar uma de tatu
Ficarei na minha toca.

(Direto do Rio de Janeiro, em abr./2020)

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