sábado, 20 de junho de 2020

Meu (septuagésimo quinto) cordel, editado em 2020. (075)


                   ARTISTAS DE RUA
(os eternos saltimbancos)

Este modesto cordel
De tão tamanha valia
Que mistura texto e imagens
E doses de fantasia
Além de ser diferente
É bastante convincente
Pois só contém alegria
                  *
Toda Arte feita na rua
Tem um quê especial
Além de ser popular
Ela está sempre atual
É uma Arte abençoada
Cada vez mais coroada
Nada existe tão igual
               *
Seja lá onde aconteça
Duvido alguém não gostar
Até mesmo sem ter graça
Tem alguém pra admirar
E fica tão excitado
Olhando pra todo lado
Querendo até imitar
                   
                    (02)

Esses famosos artistas
De cultura milenar
Pois além de admirá-los
Gosto de arte popular
Sem gastar tanto papel
Através deste cordel
Pretendo lhes exaltar
              *
Qualquer artista de rua
É artesão um de alegria
Vive pelo mundo todo
Mostrando sua maestria
Cada qual mais diferente
Consegue ser convincente
Até sem ter fantasia
                  *
Sua fantasia é sua imagem
Cada vez mais exclusiva
Seu palco é solidário
Sua mente é criativa
Sua cultura tem valor
Sua mensagem tem amor
E sua magia nos cativa
              

                                    (03)

E para então recordá-los
Aqueles mais engraçados
Coloquei (sete figuras)  
                   De alguns dos mais afamados
Hoje já tem muito mais
E cada qual mais capaz
Mas todos são laureados
                    *
         - O PALHAÇO -


O tão querido Palhaço
É o que chega na frente
Anima logo o espetáculo
E é o mais diferente
Já chega com simpatia
Trazendo muita alegria
De maneira inteligente

                 (04)

                        - O COMEDOR DE FOGO -

O tal Comedor de fogo
É sempre o mais corajoso
Bota fogo pela boca
De um jeito bem curioso
Sem ninguém entender nada
Deixa plateia assustada
Seu show é astucioso
                   *
        - O MONOCICLISTA -


                  (05)

Esse tal Monociclista
Que também é corajoso
Fica pra lá e pra cá
Sabe ser habilidoso
Mas não pode descuidar
Nem tampouco escorregar
E tem que ser bem tinhoso
                       *
          - O EQUILIBRISTA -   
O famoso Equilibrista
Parece o mais controlado
Quando faz suas piruetas
Fica sempre concentrado
A plateia fica vibrando
Mas fica até duvidando
Se está ou não preparado

                   (06)

     - A ESTÁTUA VIVA -
Essa tal Estátua viva
Sabe ficar bem parada
Num lugar de movimento
Sem precisar fazer nada
Além de ser resistente
Se faz até de demente
Mas também é engraçada
                                         *
                           - O PERNA DE PAU -

                 (07)

Esse tal Perna de pau
Que é também corajoso
Fica andando nas alturas
Pra se mostrar poderoso
Mas não pode descuidar
Nem tampouco vacilar
                   Pode quebrar o pescoço
                                      *
                         - OS SOMBRAS -

O Sombra não sai de moda
É o tal do imitador
Que até assusta as pessoas
Mas não provoca temor
Vendo aquela palhaçada
A pessoa fica assustada
Mas fica de bom humor
                

                   (08)

Como disse muito bem
Todo artesão de alegria
Que faz a sua arte na rua
Faz com muita maestria
Por que gosta do que faz
E sempre se acha capaz
Por que tem sabedoria
                   *
Seja ele importante ou não
Merece ser respeitado
A arte é universal
É um dom abençoado
E tudo que o artista faz
Ele faz por ser capaz
É um ser superdotado
                   *
Pros eternos saltimbancos
Lhes deixo esta homenagem
Com respeito e muito apreço
E muita camaradagem
Tenham sempre bom humor
Façam tudo com amor
E valorizem sua imagem.

               (AMÉM)!                RJ/JUN./2020.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Cordel extra, (sem edição), feito em 2020.


               A GRANDE ESCOLA DA VIDA

Farei versos desta vez
De maneira comedida
Para falar de uma coisa
No mundo bem conhecida
E de tão grande valia
Seu nome é “Pandemia”
A grande “Escola da Vida”

Desde o começo do mundo
Muitas coisas parecidas
Sabemos que aconteceu
E ainda deixam sua feridas
(A vida é uma estrada)
Tem sempre coisa lembrada
Mas muitas são esquecidas

Essa “escola imaginária”
Que ninguém nem avalia
Poderá nos ensinar                                                               
Com bem mais sabedoria
O valor do bem viver
O saber sobreviver
Mas com paz e harmonia


               (02)

Pensando nessa verdade
Eu me dispus a versar
Este bendito cordel
Pra poder compartilhar
Quero crer sinceramente
Que serei bem convincente
Em tudo que vou contar

As “amarguras da vida”
Haverão de bem servir
Como uma eterna lição
Pra todo nosso porvir
Pois quem vive sempre aprende
E todo mundo se entende
Na hora de interagir

Do jeito que a vida está
No meu modo de entender
Sobre a triste “pandemia”
Que nos faz tanto sofrer
Já vejo alguma mudança
De bondade e de esperança
E creio que vai valer


                 (03)

As pessoas hoje em dia
Aos poucos estão mudando
Até mesmo a gurizada
Mais humana está ficando
Todos nós somos iguais
E somos seres mortais
Não basta ficar chorando

Seja rico ou seja pobre
Ninguém mais tem precedência
(A fila agora é única)
Não vale mais insistência
Na hora do sofrimento
Onde tem dor e lamento
Temos que ter consciência

Não adianta enganar
Nem se fazer de inocente
Estamos no mesmo barco
Lutando contra a corrente
Se não houver união
Nem amor nem compaixão
Jamais iremos pra frente

                                                                                                               
            (04)

Mas uma coisa é certa
Não adianta ilusão
Todos nós vamos morrer
E isso não vai mudar não
Na hora da nossa morte
Seja fraco ou seja forte
Vamos todos para o chão

É esse o grande mistério
Que nós temos que saber
Todo final é igual
E ninguém pode esquecer
O que vem da natureza
Nem carece de certeza
Mas vale a pena entender

Finalmente quero crer
Que fui muito consciente
No meu modo de entender
E um tanto clarividente
Não podemos cochilar
Pouco importa o que custar
Temos que tocar pra frente.

                  AMÉM!                     (RJ/2020)

sábado, 25 de abril de 2020

Cordel extra, (sem edição), feito em 2020.




               ETERNAS “FORÇAS OCULTAS”
                  (continuam no governo)

Neste tão singelo opúsculo
De cultura popular
Resolvi no tempo certo
Algo novo versejar
Sobre coisas da política
Numa visão bem crítica
Mas não vou polemizar

terça-feira, 21 de abril de 2020

Cordel extra, (sem edição), feito em 2020.



                   A TAL “FOFOCAMANIA”
      (em versos de cordel)
                    
            
Este modesto cordel
Que resolvi versejar
Nada tem de “fofoquice”
Nem ensina a fofocar
Essa coisa corriqueira
Que parece brincadeira
Não vale a pena ensinar

domingo, 12 de abril de 2020

Meu (septuagésimo sexto) cordel, editado em 2020. (076)


                 “O PAÍS DA GOZAÇÃO”
                               
“O Brasil de sonhos mil”
- Desde o tempo de Cabral
Pelo seu grande esplendor
Fora um país sem igual
Mas infelizmente hoje
É um país “surreal”

Há quem diga que o Brasil
- (é o país da gozação)
Pois até de “quarentena”
Seu povo faz “zoação”
- Eita país diferente!
Outro igual nunca vi não

Mesmo assim tão diferente
Seu povo não muda não
Até mesmo num velório
Ele quer ser brincalhão
Esconde a sua tristeza
Só pra fazer “gozação”


01

E, portanto, eu resolvi
Pela minha intuição
Versejar este Cordel
Pra servir como lição
Pretendo então, ao final
Dar a minha opinião

Entendo que “gozação”
É coisa de “panelinha”
De gente desocupada
Que quer fazer picuinha
E o “povão” sem entender
Fica fazendo gracinha

Mas a pior “gozação”
É o tal do “panelaço”
Que é feito atrás da lona
Que nem coisa de palhaço
Tira o sossego do povo
Com requintes de cangaço


02


Sem querer ironizar
Vejam bem a relação
De coisas bem brasileiras
Que já virou “gozação”
Como são bem conhecidas
Nem carece discrição

Começando por Brasília
No “Palácio da Alvorada”
Por conta da “quarentena”
Sua porta já foi trancada
Ninguém entra e ninguém sai
Mas o povo faz piada

No “Poder Legislativo”
Com votação virtual
Sem “galera na plateia”
Certamente anda mal
Tá que nem “rinha de galo”
Que acontece no quintal


03


Até na “Corte Suprema”
A coisa está complicada
Só tem “Alvará de Soltura”
E tá ficando afrouxada
Todo mundo tá sabendo
Mas ninguém não fala nada

O “coitadinho apenado”
Nem precisa fugir não
Já ganhou sua “alforria”
Pra sair pelo portão
Certamente tal medida
Tem pinta de “gozação”

No meu Rio de Janeiro
Tá sobrando “gozação”
Cercaram até as praias
Como tosca precaução
Para povo foi o governo
O Governo diz que não


04


A linda Copacabana
Tá pior que o “piscinão”
Só tem cachorro mijando
E mendigos pelo chão
Os hotéis estão vazios
Para evitar arrastão

Mas Já tem tanto mendigo
Que ninguém aguenta não
Todo mundo sabe bem
Que não tem mais salvação
Virou um “Abrigo a céu aberto”
De tristeza e “gozação”

O que tá virando moda
Na orla do calçadão
É o “drinque carioca”
De cachaça com limão
Essa bebida nojenta
Tá vendendo de montão


                             05


Segurança tem de sobra
Tem civil e militar
Mas tem tanto camelô
Que ninguém consegue andar
O “turista gozador”
Só pensa em criticar

E o Prefeito da Cidade
Que adora ser brincalhão
Não dar mais nem entrevistas
Só quer fazer “gozação”
Já tem projeto pra tudo
Mesmo sem licitação

Outra grande “gozação”
É a água do carioca
Que só tem lama e cocô
E virou grande fofoca
Mas na famosa CEDAE
Realmente ninguém toca


06


O cidadão brasileiro
Que se sente “injustiçado”
Só quer fazer passeatas
Mas fica encurralado
A Polícia cerca a rua
Vira um furdunço danado

No restante do País
Sem fazer comparação
Pode até não ser igual
Mas também tem “gozação”
Essa hilária mania
Tomou conta da nação

Diz o “dito popular”:
- Quem já nasceu gozador
Só vive de “gozação”
Sem carecer professor
Mas quem não quer ser gozado
Pode ser um sofredor


07


Graças a Deus nosso país
É um país singular
Seu povo faz “gozação”
Mas aprendeu respeitar
O estrangeiro chega aqui
Já pensa logo em voltar

Finalmente quero crer
Que versejei sem frescura
Essa tal de “gozação”
Que muita gente censura
Mas botei sabedoria,
(Por que cordel é cultura)

Quero então finalizar
- (seja sim, ou seja, não)
Deixando pra todo mundo
Minha douta conclusão
Certamente esse Brasil
“É o país da gozação”.

             “EITA PAÍS BOM DEMAIS”!!!
08
  (direto do Rio de Janeiro, 1º de abril de 2020)