segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Meu (septuagésimo terceiro) cordel, editado em 2020. (073)



                  O “PECADO” DA VAIDADE
                     (em versos de cordel)


Neste meu modesto opúsculo
De cultura popular
Resolvi nem sei por quê (...)
Este tema versejar
Com toda sinceridade
Não gosto de vaidade
Mas não vou polemizar


Se vaidade é “pecado”
Para o “bem” até vai bem
Mas quando é para o mal
Certo perigo contém
E pra não me aborrecer
Eu prefiro me conter
Pra não criticar ninguém

Quando faço meus cordéis
Não gosto de confusão
Só os faço quando encontro
A justa motivação
Este tema surreal
E por demais atual
Me deu muita inspiração

De fato, nunca gostei
Dessa tal de (vaidade)
Me parece uma doença
Que ataca sem piedade
Transformando o ser humano
Por demais tão desumano
Por simples banalidade

Já senti na própria pele
Como é essa “doença”
É coisa desagradável
Que só gera desavença
Quase perco o rebolado
Mas fiquei bem controlado
Para não fazer ofensa

Essa coisa tão grave
Que me pegou de surpresa
Me deu tamanha agonia
Mas também certa tristeza
Quase fiz uma besteira
Mas levei na brincadeira
Para não virar a mesa

Sempre eu soube que o vaidoso
É alguém tão complicado
Que adora fazer discurso
Mesmo sendo criticado
Mas é pagador de mico
E gosta de mexerico
É um ser abestalhado

O vaidoso nunca tem
Limites nem compostura
Pra mostrar sua vaidade
Ele faz qualquer “loucura”
Quando está acompanhado
Fica sempre abobalhado
Querendo mostrar cultura

O vírus dessa doença
Pode até nunca matar
Mas é bem contagioso
E ataca sem se notar
Quando sobe pra cabeça
Faz com que a pessoa se esqueça
Do seu jeito tão vulgar

E quando há arrogância
Tem a ver com educação
É coisa de gente besta
Que sempre quer ter razão
Só não sei se Freud explica
Dando a nós mais uma dica
Dessa triste aberração

Já ouvi de um professor
Que essa tal de educação
Sempre foi tão complicada
Que ninguém entende não
Mesmo quem pode estudar
E até doutor se tornar
Pode ser um bestalhão

Vaidade com arrogância
É coisa que não tem jeito
Fica difícil saber
Como é esse defeito
Mas uma coisa é verdade
Tem a ver com sanidade
De quem não pensa direito

Essa coisa tão maligna
Me parece certamente
Uma espécie de “loucura”
Que deixa a pessoa demente
Remédio pra isso não tem
Nem tratamento também
Mas tem perigo iminente

Quem quer se fazer de louco
Pode ser enganação
De gente que quer fingir
Só pra fazer danação
Pra mostrar que é bacana
Vive rodando a baiana
Querendo ser atração

Esse tipo de pessoa
É sempre tão perigosa
Que as vezes nem tem defeito
Mas adora ser maldosa
Quando chega num lugar
De tudo quer discordar
Querendo ser mais famosa

O ego de quem é vaidoso
Deve ser tão complicado
Que nem a ciência sabe
Quando ele está regulado
Mas nada tem com riqueza
Muito menos com pobreza
É coisa de mal-educado

A mania do vaidoso
É querer ser destacado
Tudo faz bem diferente
Para sempre ser lembrado
Não liga pra caçoada
Nem se importa com piada
Mas quer ser bem festejado

Eu garanto e não duvido
Que essa tal de vaidade
Sendo ou não sendo doença
Com certeza tem maldade
Pois quem quiser duvidar
Acho bom ir pesquisar
Sem medo nem piedade

Todo ser que é vaidoso
Também quer ser diferente
Ele adora aparecer
Quando está perto da gente
Pode ser até frescura
Mas não tem jeito nem cura
É um caso deprimente

Tem alguma vaidade
Que parece até legal
Mas outras tantas sem dúvidas
É coisa que só faz mal
Tem algo draconiano
Que atazana o ser humano
Feito doença fatal

Agora já satisfeito
E pra não exagerar
Vou parando por aqui
Para não mais chatear
Este polêmico tema
Que já me deu até problema
Chega de tanto versar

Quando o tema é polêmico
Mas teve seu justo fim
Nunca deve faltar nada
Mesmo até sendo ruim
Como sei me comportar
Mas eu só quis chacoalhar
Resolvi fazê-lo assim

Eu nunca fui barraqueiro
Nem sou cobra cascavel (...)
Mas estando encafifado
Sempre faço meu cordel
Quero crer sinceramente
Que consegui certamente
Cumprir bem o meu papel

Sendo ou não (pecaminosa)
Essa tal de vaidade
Pelo mal que ela carrega
Contém muita atrocidade
Pra não ser tão exigente
“Peço vênia” minha gente!
CHEGA DE TANTA VERDADE.

            FIM - Rio de Janeiro/JAN./2020









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