quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Meu (sexagésimo segundo) cordel, editado em 2019. (062)



O QUARTEL DOS “ABAS-LARGAS”
(EM VERSOS DE CORDEL)

  

COM MEUS VERSOS DE CORDEL
DE CULTURA POPULAR
VOU CONTAR UMA HISTÓRIA
BEM GOSTOSA DE CONTAR
FALAREI DE UM REGIMENTO
COM MEU SÁBIO ARGUMENTO
PRA PODER LHE FESTEJAR.

CICERO DO MARANHÃO


                                        (02)

Este quartel grandioso
Da Polícia Militar
Dos famosos “ABAS-LARGAS”
Por demais tão singular
Mesmo sem ser menestrel
Com meus versos de cordel
Sua história vou contar

Na saudosa Guanabara
Ex-Distrito Federal
No bom tempo da Polícia
Nunca visto tempo igual
Os quartéis bem conservados
Patrimônio preservado
Era muito mais legal

Um saudoso General
Do Exército brasileiro
Fez crescer essa Polícia
Muito bem e por inteiro
Construiu novos quartéis
Promoveu mais coronéis
Muito rápido e ligeiro

                            (03)

O Segundo Regimento
Um projeto arrojado
Careceu dum Coronel
Homenzarrão respeitado
Um policial vivido
E também muito sabido
Pra tocar esse danado

Foi num quinze de novembro
Lindo dia de sol brilhante
Feriado nacional
Que nasceu esse “gigante”
Mais de vinte companheiros
Foram eles os pioneiros
Desse feito importante

Nessa data importante
Em local meio acanhado
Sem ninguém pra bater palmas
Tinha algo de errado
Nunca teve nem quartel
Mesmo assim um Coronel
Tava junto perfilado

                            (04)

Foi uma festa diferente
Sem jornal pra divulgar
Em local improvisado
Nem clarim para tocar
O brasão do Regimento
Em seu primeiro momento
Começou logo a brilhar

O nascer desse “gigante”
Que completa cinquenta anos
Nessa festa já citada
Resalvando meus enganos
Tinha vários companheiros
Valorosos pioneiros
Extensivo aos paisanos

E tocando esse danado
O comando trabalhava
Em salas da Regional
Muita gente até chiava
Pois só tinha um banheiro
Pra fazer o seu barreiro
Nem a porta tinha trava

                           (05)

O restante do efetivo
De soldados sem cavalo
Instalados no Magarça
Só ficavam no embalo
Esperando o tal Quartel
Do querido Coronel
Pra curtir esse regalo

Esse grandioso Quartel
“Magnífico” foi chamado
E virou grande atração
Sem sequer ter terminado
Teve tiros de canhão
Um tremor de explosão
Quando foi inaugurado

Logo cedo ganhou fama
De norte a sul do Brasil
Trabalhando e desfilando
Imponente e varonil
Sempre cheio de esperanças
Despertando nas crianças
Muito amor e sonhos mil

                            (06)

Bem depois do cemitério
Num beco sem calçamento
Um lugar meio assombrado
Careceu balizamento
Uma lança foi fincada
Sua flâmula desfraldada
Do Segundo Regimento

Dinamite foi comprada
Pra fincar as fundações
Tinha sempre tiroteios
Com zoada de explosões
Tudo feito com cautela
Pra não cair na esparrela
Esquecendo dos portões

Lá da Fábrica da Estrela
Foi difícil de trazer
Explosivos perigosos
Sem cochilar nem tremer
Em um jipe a condução
Sem nenhuma proteção
Nem pensar em se mexer

                           (07)

São Jorge no seu cavalo
Esse Santo protetor
Bem do lado desse jipe
Protegendo com fervor
Foi a grande salvação
De um Tenente antigão
Inda à frente sem temor

O terreno preparado
E colunas que brotou
Com suor e muita força
Tudo logo se aflorou
Dia e noite sem parar
Teve muito madrugar
Muita gente duvidou

Boas obras de quartel
Que só param pra dormir
Todos têm que se virar
Pra ligeiro concluir
Tudo deve ser bolado
Olhando pra todo lado
Pra peteca não cair

                           (08)

Um lindo “castelo d’água”
Bem no alto foi ali erguido
Verdadeira maravilha
Para todos exibido
Não ter água num quartel
Onde tem o seu corcel
Isso é mais que proibido

Um moderno picadeiro
Na entrada do Quartel
Pra fazer equitação
Ou treinar o “carrousel”
Também foi bem planejado
Jamais podia dar errado
Fazer pista sem tonel

Na beleza do quartel
Tem local pra formatura
Avenida pra desfile
E palanque na altura
Do portão pro refeitório
Tem banheiro e lavatório
Pra livrar uma amargura

                          (09)

Lembrando-se dos cavalos
Houve outra providência
Foi mandado para o sul
Um Major em diligência
Pra trazer bons animais
Sabedor desses sinais
Esse tinha competência

Pra cuidar dos animais
Antes mesmo das cocheiras
Foi comprada uma Fazenda
Para o pasto em capineiras
Animais aclimatados
Só depois estabulados
Viverão vidas inteiras

Da Polícia Canadense
Copiou-se seu chapéu
Conhecido “Aba-Larga”
Coisa boa que caiu do céu
Dar um charme bem legal
Protege o policial
No trabalho sempre ao léu

                          (10)

Com o lindo Aba-Larga
Patrulheiro diferente
Ao chegar a Campo Grande
Protegendo toda gente
Foram muito respeitados
Em cavalos bem montados
Pelo jeito imponente

Comandar o “Magnífico”
Sempre foi grande prazer
Para o homem ou mulher
Só basta um dos dois poder
Possuindo seu culote
Saber galopar e o trote
E fazer por merecer

Visitar esse Quartel
Até hoje um estouro
Será pura curtição
Uma visita de ouro
A saudade bate forte
Para todos que tem sorte
Em rever esse tesouro

                          (11)

Todos gostam do seu nome
De memória bem marcante
Cel. Enir Cony dos Santos
Seu primeiro comandante
Valorosa homenagem
Pode ser até bobagem
Mas é demais excitante

Pela fama que ele teve
Outro nome não servia
E seria até injustiça
Com certeza que seria
Mesmo havendo demora
Sua família em boa hora
Conseguiu essa alegria

Finalmente quero crer
Que cumpri o meu papel
Trazendo até poesia
Pra dentro deste Quartel
De maneira diferente
Consegui ser convincente
Com meus versos de cordel

                             (12)

E, portanto finalizo,
Este cordel popular
Feito para o “Magnífico”
Nesta festa singular
- Foi feito com emoção
Muito amor no coração
Para lhe homenagear.

PARABÉNS PRO “MAGNÍFICO”
         NESTE SEU “JUBILEU DE OURO”

                                FIM

              (CAMPO GRANDE/RJ/2019)





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