terça-feira, 26 de março de 2019

Meu (sexagésimo sétimo) cordel, editado em 2019. (067)


A DENTISTA, O PROTÉTICO E UM
    NORDESTINO SEM DENTE

Este conto bem hilário
De cultura popular
Apesar de ser tão raro
E bastante singular
Há de ser bom passatempo
Que ajuda a relaxar


Mas pra falar dessa gente
Tudo junto e misturado
Num consultório dentário
Não careceu de cuidado
Não é sempre que se vê
Cenário tão engraçado

A dentista que se vê
Tendo cara de assustada
Parece até ser sabida
E ser bastante aplicada
Mas vendo o tal nordestino
Se mostra bem preocupada


(02)


O protético ajudante
Que parece corajoso
Pelo seu jeito de olhar
Há de ser bem cauteloso
Ao provar a dentadura
Vê-se um clima pavoroso

E o nordestino afinal
Que está ali deitado
Vendo a dentista e o protético
Está bem agoniado
Querendo sua dentadura
Pra não ficar desdentado

A imagem é tão patética
Que daria uma novela
Pra mostrar na TV Globo
Tendo choro e tendo vela
Seria um grande sucesso
Para a turma da banguela


(03)

Eu só fiz este opúsculo
Com tamanha inspiração
Porque sou nordestino
Parente de Lampião
Já com minha dentadura
Vou voltar pro meu sertão

Mas também sei muito bem
Que pra todo carioca
Historinhas de cordel
Misturadas com pipoca
É um bom divertimento
Mesmo tendo só fofoca

O carioca minha gente
De tanto ver violência
Tá carente de alegria
Vendo tanta condolência
Quando pode relaxar
Esquece qualquer sofrência


(04)

Quero crer sinceramente
Que este meu cordelizar
De consultório dentário
Realmente vai ajudar
Será um bom lenimento
Pra curtir e relaxar

A fobia social
No subúrbio carioca
Até em Vila da Penha
Virou grande pororoca
Não tem mais nem carne seca
Nem beiju de tapioca

Mas pra não mais chacoalhar
A dentista e seu protético
Depois de botar meus dentes
Serei breve e muito ético
Vou calar a minha boca
Pra não ser antipoético.
                
(sem querer mais cofusão
deixo aqui o meu abraço
pra dentista e pro protético
direto do Maranhão).
                    Do CdM








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